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São Paulo/Montevideo/São Paulo - Parte 2

(Clique nas fotos para ve-las em tamanho maior)

Rio Grande do Sul

No dia seguinte, parti de Florianópolis/SC e continuei viagem direto para Osório/RS, onde moram meus grandes amigos Rafael e Gomes que estavam de viagem (avião) para os EUA. Consegui chegar um dia antes da saída deles. Nas despedidas acabei conhecendo o Tauer que virou outro grande amigo. Ele me levou para conhecer as praias Tramandaí, Imbé e Arroio Teixeira.
O morro da Borússia, de fácil acesso, fica ao lado de Osório e tem um visual muito bonito da cidade, lagoas da região e o mar. Eu estava fotografando este visual quando minha máquina fotográfica caiu com tripé sobre as pedras devido uma rajada de vento. A tampinha caiu fora e o zoom afundou, sem chance de possível conserto rápido para prosseguir viagem. Por este motivo não tenho algumas fotos dos locais anteriores.
Eu estava a caminho do Uruguai e não podia ficar sem uma máquina fotográfica. Então Tauer se propôs a me levar até o centro de Porto Alegre/RS, onde eu teria várias opções para comprar uma máquina nova. Claro que de quebra ele e seu primo Marcelo me mostraram vários pontos bacanas da cidade como a Igreja Matriz, antiga construção da Biblioteca Pública, Centro Cultural Mário Quintana, a praia de Ipanema com seu famoso por do sol, o Centro Cultural Usina do Gasômetro, Museu da Ciência e Tecnologia, o Morro da Polícia com visão total de Porto Alegre, entre outros.
Sem condições financeiras de comprar uma boa máquina como a que eu tinha acabei comprando uma de foco fixo sem zoom. No começo duvidei que batesse boas fotos, mas felizmente eu estava enganado. As fotos ruins se deram devido à "pecinha" que fica atrás da máquina!
Porto Alegre conhecido, parti para o sul pela estrada BR116 e para minha surpresa fui atacado por 4 pedágios antes de chegar em Pelotas/RS.

RS01.jpg (25162 bytes)Pelotas - Esta cidade é muito antiga e possui construções muito bonitas como o Teatro Guarany (1920), Mercado Municipal (1848), Igreja Cabeluda que possui planta trepadeira por quase toda construção, entre muitas outras. A cidade é muito interessante, mas uma coisa me impressionou negativamente. A prostituição infantil a plena luz do dia próximo ao mercado municipal. A cidade não é tão grande a ponto das autoridades não terem condições de acabar com isso. Isso é falta de competência dos governantes!
Continuando a viagem para o sul, acaba a BR116 e na seqüência entra-se na BR392.
Já era fim de tarde quando cheguei em Quinta/RS, onde parei para dormir e abastecer, pois o próximo trecho tem 225 km (em linha reta) com 2 postos de combustível. No Taim não existe hospedagem. No posto fui abordado por um senhor sério trajando bombachas e botas. Ele me perguntou em voz grave:
- Este jipe é seu?
- Sim senhor.
- Para onde você está indo? 
- Amanhã pretendo conhecer o Taim.
- O que você quer ver lá?
- Gostaria de visitar e bater algumas fotos.
- Mas você é de alguma TV, revista ou jornal?
- Não, sou apenas um viajante querendo ver a natureza.
- Você pretende entrar com o carro no Banhado?
- Pelo que eu sei o IBAMA não permite a entrada de veículos.
Então ele amoleceu a voz e em tom de amigo disse:
- Meu nome é Getulio Vargas e sou dono da fazenda em frente ao banhado. Tudo que tem na estação tem na minha fazenda. Se você quiser pode entrar de carro na minha fazenda, conhecer e fotografar tudo.
Estação Ecológica Banhado do Taim - 34 mil hectares formados por bosques de figueiras e corticeiras, lagoas, dunas e praia.
RS02.jpg (36718 bytes) No dia seguinte de manhã andei 58 km pela BR471 e cheguei na entrada da Estação Ecológica. A fazenda dele fica a 400 metros por uma estrada de terra que sai de frente ao IBAMA. A sede da fazenda é simples, mas as terras são muito bonitas. No pasto estão 300 cabeças de gado espalhadas por charcos, dunas e um pouco de mata fechada. Caminhei, bati fotos, subi nas dunas... Valeu a visita nesta fazenda.RS03.jpg (54242 bytes)
O Getulio está querendo montar uma pousada ou algo semelhante na fazenda. Por não existir nenhuma forma de hospedagem por perto e pela beleza da região, acredito que fará sucesso. Caso alguém queira acampar por ali, enquanto a pousada não está pronta, espaço não falta. Getulio (053) 503-2559.rs04.jpg (37058 bytes)
 Quando eu estava para ir embora, vejo na estrada de terra uma boiada chegando para fazer a pesagem na fazenda do Getulio. O vizinho não tem balança. A cena era bonita com os peões em trajes típicos da região, seus bonitos cavalos e os cachorros ajudando a tocar a boiada. Devagar, um a um, o gado foi pesado e devidamente anotado.RS05.jpg (25370 bytes)
Depois de uma prosa com os peões e os fazendeiros eu fui embora, atravessei o asfalto e entrei na sede do IBAMA. O responsável pela sede não estava e quem me atendeu foi uma senhora. Ali existe um pequeno museu (um pouco largado) com fotos e animais empalhados da região.RS06.jpg (38183 bytes)
Continuei a viagem pelo asfalto. A BR471 passa 20 km pelo meio da Estação Ecológica e antigamente havia muito atropelamento de animais. O IBAMA tomou ótimas medidas para evitar isso. Existem duas grandes áreas cercadas, uma no começo e outra no fim da Estação. RS07.jpg (73652 bytes) Foi feita uma longa cerca de cada lado da estrada para evitar que os animais invadissem o asfalto. Foram construídos túneis sob a estrada para a passagem dos animais.  Na entrada e na saída da estação foram instalados mata-burros. No trecho que não há cercas a velocidade máxima dos carros é de 60 km/h controlados por "pardais" (radar fotográfico).
Existem vários animais no Taim como cisne de pescoço preto, marrecões, garça, gavião peregrino, gavião carcará, jacaré de papo amarelo, capivara e preá. O barulho dos carros os assusta. As capivaras são mais fáceis de se ver, andam sempre em bando. Eu consegui flagrar uma família na beira da estrada.
Continuando pela BR471, mais 190 km por uma reta infinita, cheguei ao Chuí/RS

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