Ushuaia 99 - Parte 7
A viagem dia-a-dia (10/01 - 12/01)
Descrição da viagem dia a dia:
10 - Calleta Olivia - Rio Gallegos -Fronteira RA/Chile-Punta Delgada-
Travessia do Estreito de Magalhães - Cerro Sombrero.
Saímos cedo, havíamos combinado de tomar café da manhã na beira do
mar quando a estrada passasse por ali. Nos despedimos dos meninos, que
ainda estavam dormindo, e partimos. Para eles era um sonho que se
desfazia, mas pelo menos haviam chegado à Patagonia. Depois do café à
beira mar, tomamos um chá de tapete preto. Só paramos em Fitz Roy para
abastecer, pois havia um grande trecho de estrada sem possibilidade de
abastecimento. Encontramos uns motoqueiros de Curitiba que também iam
para Ushuaia. Dali nós só paramos próximo de Rio Gallegos para tirar
fotos na primeira placa que indicava a quilometragem que faltava para
Ushuaia. |
O
dia estava quente, era domingo, e parecia que toda a população da cidade
tinha resolvido ir à praia. Paramos em um posto YPF para comer, comprar
sanduíches, abastecer e tocar o barco. Quando entramos no ripio fomos parados por um guarda que nos avisou: "Se quiserem voltar
inteiros tomem muito cuidado no ripio". O aviso vinha meio
tarde. Colocamos as telas de proteção dos pára-brisas e seguimos em
direção a fronteira com o Chile. Passamos na aduana argentina,
percorremos um trecho de estrada muito ruim e chegamos no posto de
fronteira chileno. Neste trecho intermediário paramos para tirar fotos. O
vento era forte e frio. Nos dirigimos a Punta Delgada em uma estrada que
tem uma mão de ripio e a outra de asfalto. Quando chegamos lá havia uma
fila de carros e outra de caminhões, mas há balsas de meia em meia hora
e não ia demorar muito para atravessar. |
Havia
um vento forte e frio que aumentou e esfriou durante a travessia. Do outro
lado percebemos que não daria tempo de chegar a nenhuma localidade "
grande" e nos dirigimos a Cerro Sombrero esperando que houvesse uma
hospedaria de algum tipo. Aquela parte da Terra do Fogo é um imenso campo
de exploração de petróleo e não há cidades. Quando vimos a placa de
Cerro Sombrero já estava tarde, entramos e vimos uma placa "Hosteria".
Era uma hospedaria de funcionários de empreiteiras com uma fila de
quartos e um banheiro comum. Havia aquecimento central e chuveiro quente.
O frio lá fora era bem forte. As mulheres iriam tomar banho na casa da
dona Mabel, proprietária do lugar e muito simpática. Depois de
instalados e limpos da poeira fomos procurar o único restaurante do
local, onde mais uma vez uma cozinha foi reativada só para nos atender as
dez horas da noite. Tomamos um "pisco-sauer", comemos bem e
tomamos um bom vinho chileno. O atendimento foi ótimo, no entanto, um
mês depois o Neto descobriu que o garçom havia preenchido a parte da
"propina" por sua conta e com um valor bem salgado. Um lembrete,
quando o boleto do cartão de crédito tiver espaço para a gorjeta,
riscar esse espaço antes de devolve-lo. Antes de tomar banho eu havia
descoberto que um dos suportes do bagageiro da Toyota havia quebrado com a
trepidação da estrada. Desloquei os estepes para a parte da frente do
bagageiro e retirei o suporte quebrado. O nosso bagageiro só levava os
dois estepes. O suporte do galão estava parafusado no suporte original de
estepe da Toyota. |
11 - Cerro Sombrero - Fronteira Chile/Argentina -San Sebastian - Rio
Grande - Lago Yehuin -
Ushuaia.
Procuramos sair cedo de Cerro Sombrero. Tomamos café na casa da Dona
Mabel, a presenteamos com uma camiseta e fomos comer poeira em direção
à fronteira Chile/Argentina em San Sebastian. De
novo todos os trâmites e nos dirigimos a Rio Grande em uma estrada
asfaltada. De novo paramos em um posto YPF para abastecer e me informar
sobre uma oficina de solda para consertar o bagageiro. Um rapaz nos deu
uma propaganda de um camping em Ushuaia que era administrado por sua mãe.
Me indicaram uma oficina ali perto e o pessoal foi passear enquanto eu
procurava a oficina. O mecânico me atendeu muito bem, apesar de estar em
horário de almoço, fez uma solda perfeita e não me cobrou nada. Eu lhe
dei uma camiseta e ele me deu a dica de uma caminho para Ushuaia que
passava por uns lagos muito lindos. Encontramos a turma, fizemos a
proposta de comprar comida e ir comer na beira do lago. Todo mundo topou e
seguimos viagem. É uma região muito bonita na Terra do Fogo. Muito
verde, muitos guanacos e muitas árvores. |
Uma
bênção para os olhos depois da parte sul da Patagonia. A estrada era de ripio. Fizemos nosso pic-nic a beira de um lindo lago e tiramos
muitas fotos. Dali tomamos o rumo da estrada de asfalto, que durou pouco.
Logo a frente retomamos o ripio para contornar um lago e cruzar umas
montanhas até chegar em Ushuaia. Chegamos ao nosso destino lá pelas oito
horas e procuramos o camping da mãe do rapaz. Não era um modelo de
limpeza e conforto, mas era abrigado do vento e tinha alguns brasileiros
acampados por lá. Como faz muito frio a noite é quase impossível
cozinhar e comer ao ar livre, porisso podíamos usar o um salão e a
cozinha do camping para estes fins. Também deixamos os banhos para a hora
mais quente do dia seguinte. |
12 - Ushuaia, Lapataia, visita ao Parque Nacional.
Chegou
o dia de conhecer o lugar. Fomos ao parque nacional da Terra do Fogo, onde
fica o fim oficial da ruta 3. Na entrada tivemos uma longa explicação
sobre o parque, dada por duas simpáticas argentinas e pelo guarda-parque.
Primeiro paramos para ver uma cachoeira e tirar fotos com as lindas
montanhas cobertas de neve ao fundo. Depois fomos mais a frente passando
por belíssimas paisagens, cruzando o rio Lapataia em uma ponte de ferro e
parando para ver os castores.
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Em
seguida chegamos ao fim da ruta 3 na Bahia de Lapataia e tiramos todo o
tipo possível de fotos. Na volta paramos na Bahia Enseñada que dava
vista para o canal de Beagle e para a Ilha Rotunda. O guarda-parque nos
explicou onde ficava a entrada da trilha da outra castoreira e fomos
caminhando até lá. É interessante ver como estes animais constroem os
seus diques. Depois disso só nos restava ir para a cidade comprar
lembranças, camisetas, adesivos, mandar postais para os amigos, etc. |
O Fernando e o
Enio ainda foram escalar um morro para ver a neve de perto. A noite um bom
jantar regado a vinho argentino e o comunicado do Enio que iria voltar
direto de Ushuaia para Sampa. Ele não iria continuar a viagem conosco.
Aparentemente estava morrendo de saudades da família. Um detalhe, até
meia noite o céu ainda estava claro. |
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